quinta-feira, 30 de junho de 2016

Poemas sobre a classe operária: Zero Hora

Zero hora
Paulo Ayres

Terceiro turno, setor secundário
Primeiro emprego, ânimo zero
O que não se faz por um mísero salário?

Numa breve intuição, deslizei pela quarta dimensão
O quinto elemento, no momento, está corrompido
Meu sexto sentido me diz que nem sempre foi assim
As máquinas congeladas e lá fora o sétimo céu
Ao léu, a oitava arte eterniza a refrescante epifania
A nona sinfonia, no apoteótico final, estilhaça tudo
Amiúdo, concentrado, ânimo zero, zero hora
A partir de agora, trabalho de graça até raiar o sol
= = =

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