Um Morto no Trabalho Material Produtivo
Paulo Ayres
A noite é uma criança
A madrugada, um velho cansado
Deixando de lado o mistério
É um caso sério a solidão
Operário no banheiro
É o primeiro cadáver sem cheiro
Trabalho morto de um homem torto
A máquina continua a produção
Ele está preso numa tela
Valor da vela de sétimo dia
Na monotonia da hora extra
Ninguém estende a mão
Tanta vida do outro lado
Risos distantes, gozando
Quando acorda pela tarde
O velho arde em recordação
E o vampiro à luz do dia
Nem se via na cadeira de rodas
Mas a roda viva é um vai-e-vem
Bancário na circulação
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