Paulo Ayres
Uniformes coloridos
Lá pelos idos de dois mil e treze
Botinas desgastadas
Pessoas apressadas para almoçar
A vida na fundição é cinza
Ainda não madurou a verde usinagem
E a montagem tá bege de cansaço
Azul escuro é a água da galvanoplastia
Azul claro, o céu do despacho
Cores famintas
Sintam as suas vidas escorrer pelos dedos
Sintam o medo sacudir seu estresse
E que suas preces não façam apenas
suas pernas darem passadas ávidas
Mas que cruzem seus braços no momento oportuno
O céu hoje está cinza
Seu sorriso amarelo
Tu caminhas verde de fome
Sua vida passando em branco
Não se desesperem, oh companheiros coloridos
O vermelho da indignação pode ferver como panela de pressão
E o dia da explosão coletiva anunciará o céu limpo
O raiar de um dia em que a pré-história turbulenta ficará para trás
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