segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Poemas sobre a classe operária: Cafezal

Cafezal
Paulo Ayres

Café em grãos
Mãos na labuta
Luta rotineira
Peneira nas mãos
Grãos no solo

Para haver ouro preto e quente
Muito suor transparente precisa pingar
Para vingar cada pé de café
Vários pés precisam vigiar o local

É só balançar os pés de café que cai dinheiro
Pés chacoalhados são verdes e imóveis
Pés assalariados são doloridos e inquietos
Para eles, apenas sobram o restinho de café da garrafa
Frio e com pouca açúcar
= = =

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