terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Poemas sobre a classe operária: Arroz Gelado


Arroz gelado
Paulo Ayres

Hei, arroz gelado!
Já almoço apressado
Não esfria meu ânimo
Desânimo de assalariado

Com mil demônios!
Problema de Apolônio
Não sei sair pela tangente
Tanta gente sem patrimônio

Jesus, Maria e José!
Queria era dar no pé
Dar pérolas aos porcos, não!
Não produzir depois do café

Quem me dera!
Não viver de espera
Patronato venceria por WO
Oh, seria nossa Primavera

Quietos! Shhhhhhhh!
Dormirei na marmita aqui
Oh, arroz gelado!
Tu não é onigiri nem sushi!
= = =

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