quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Poemas sobre a classe operária: Já Não Sei Mais Nada

Untitled Proletariat by Karl Haglund


Já não sei mais nada
Paulo Ayres

Um serviçário com mínimo salário
Um operário recebendo quinze mil
Estou confuso, com o fuso horário
Fora do horário de verão não faz frio

Azul já não é a cor mais quente
É a fria finalidade da perfeição
De tão perfeita, não é existente
A alma e as formas sem mediação

Sem mediação
Nada de produção
Sem mediação
A fábrica não produz
A teoria não reproduz
Fazendo jus a essa confusão
Igualei colarinho azul e espírito absoluto

O saber absoluto sabe que nada sabe
O ceticismo não sabe que sabe muito
E quanto a mim, já não sei mais nada
Mas eu posso saber um pouco de tudo
= = =

Nenhum comentário:

Postar um comentário