quarta-feira, 18 de janeiro de 2017
Poemas sobre a classe operária: Engolidos Vivos
Engolidos vivos
Paulo Ayres
Na terra distante da percepção sem totalidade
De manhã até à tarde, um céu quadriculado
E este fio entrelaçado dá uma volta no globo
Lobisomens contemplam essas constelações artificiais
Explorar o fundo dos oceanos está nos planos
A rede resistente retira os restos de rebeldes
E a carcaça da cadela Baleia de bucho cheio
Jonas, lá dentro, virou monge zen-surfista
Não há onde se esconder
Se ficar, o bicho explora
Se correr, o bicho devora
Se morrer, produção - caixão - exploração
A máquina fordista engole Carlitos, ora pois
Da Miss Akuma 2, digerida, o número 2 será feito
Digestão em digestão, a Fiesp enche o pato
De fato, a operária confeiteira é o doce mais caro
Engole o choro
O dia do caçador pode virar o da caça
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