terça-feira, 10 de janeiro de 2017
Poemas sobre a classe operária: O Escaravelho da Preguiça
O escaravelho da preguiça
Paulo Ayres
Há tanta preguiça no meu sangue
que o pernilongo virou folivora
o besouro chifrudo me carregou
e eu nem aí
Há tanta força neste inseto
que ele me levou ao quintal
o escarabeu parrudo me rolou
e eu dormi
Quando acordei
Me senti mais leve e disposto
O estrume estranhado na estrada
E nada disso mais em mim
Porém, que coisa esquisita
Mesmo sem preguiça de viver
Eu fiquei com preguiça de me vender
Preguiça ou prudência?
Os rois fainéants ganham a majestade
E às vezes perdem as cabeças
Os súditos de colarinho azul ganham mais-trabalho
E às vezes perdem a paciência
Este pequeno Gregor Samsa
Me fez refletir em casa
Numa avaliação preguiçosa,
Neste dia, não fui à fábrica
= = =
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