sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Poemas sobre a classe operária: Sonho de Metal


Sonho de metal
Paulo Ayres

Na selva de pedra,
o macho alfa tem pressa
a masculinidade tem preço
Tudo é tão frágil

Na negação de Pedro,
o galo canta bem alto
o território é o asfalto
Muito barulho por nada

Ele é o provedor
Ele é o protetor
Ele é o prostituidor
Ele só não é...

o produtor

Não caçou, não coletou
Só comprou, só contratou

Impotente, ele é dependente
das mulheres e dos homens
que fizeram a cueca com enchimento:
a sua motocicleta, o seu carro,
a sua lancha, o seu relojão do Faustão

Que macho alfa é esse?
Um macho alfafa
Um humano beta
O despertar da besta
Após seu sonho de metal

Enquanto isso
A realidade de metal
Não é apenas mental
por causa dos realizadores
= = =

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