Fordlândia
Paulo Ayres
Lá no Bar do Canhão,
o clássico do sertanejo pop no aparelho de som
o country pop num novo single ditando o tom
o mesmo arranjo industrial
Lá na cidade fantasma,
a linda e desamparada jovem viúva do Oestea cafetina sem donzelice de Santana do Agreste
não são muito diferentes.
Lá na beira do Rio Tapajós,
os limpadores de para-brisa não dão em seringueiras
o calor amazônico enferrujou as exploratórias esteiras
bater em retirada.
Centro-western do Pará
operários de pele vermelha, negra, branca e parda
a exploração tarda, mas não falha.
Centro-western do Pará
operários de pele vermelha, negra, branca e parda
a exploração tarda, mas não faliu
apenas mudou de lugar.
O que sempre quebra é o teto proletário.
= = =
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