domingo, 16 de abril de 2017
Poemas sobre a classe operária: O Hipster e o Proletário
O hipster e o proletário
Paulo Ayres
Com Vigiar e Punir debaixo do braço, como muita gente
Tocando Maria Bethânia, eu mostro a minha intensidade
Barba de lenhador, coque samurai, procuro ser diferente
Entre um baseado e outro, funciono o DCE da faculdade
Na mesinha de cimento
sou observado no momento
nunca viu uma saia masculina,
seu ogro?
Não tem o menor cabimento
ser olhado como um evento
nunca vai evoluir sua rotina,
seu reaça?
Infelizmente, vocês só entendem de tijolos e cimento
Por isso desprezam o que não entendem, a novidade
Continuem na reforma do pavilhão sem acabamento
Eu reformo pessoas e vou transformar a sociedade
C'est la vie
Acendo meu cigarro
Não ligo para quem assiste
Novelle Vague na playlist
= = =
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