sexta-feira, 28 de abril de 2017
Poemas sobre a classe operária: Vinte e Oito de Abril
Vinte e oito de abril
Paulo Ayres
Em 1917 e 2017
há algo que se repete
e não é numeral
não é exato
é humano, muito humano.
Em 1917 e 2017
alguém desce o cassetete
e não é monstro
não é duende
é humano, muito humano.
Em 1917 e 2017
alguma coisa no ar promete
e não é fantasia
não é delírio
é concreto, tão concreto quanto o chão asfaltado
em que há passeatas por todo o país reunindo
milhões de trabalhadores e estudantes inconformados
com o descaso com que um governo burguês trata
as camadas populares nestes dois anos que não são
iguais mas ambos têm aquele dezessete maroto
que pode atingir a maioridade a qualquer momento
como ocorreu na Russia czarista e fazer do nosso
país tropical um estado operário digno de botar
a humanidade nos eixos através do poder popular
disseminado pelas máquinas sob total controle dos
proletários. É isso aí.
= = =
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