domingo, 28 de maio de 2017
Poemas sobre a classe operária: Ai Que Saudade do Lula da Barba Preta!
Ai que saudade do Lula da barba preta!
Paulo Ayres
Se o tempo pudesse subir pela ampulheta
Nos levando a reencontrar o que passou
Seria mostrado mais que uma camiseta
Desbotada, vermelha, de um metalúrgico
Ai que saudade do Lula da barba preta!
Líder sindical que não dispensa uma treta
Não era santo e não era revolucionário
Todavia esquenta a guerra fria do planeta
Não é um polaco cretino e conservador
Ai que saudade do Lula da barba preta!
Um novo agente anunciado pela trombeta
Um Moisés entre um mar de operariado
A classe proletária não é só uma silhueta
ABC Paulista fica uma alfabeto pequeno
Ai que saudade do Lula da barba preta!
Fogo de palha consome cores da paleta
Quanto mais a sua barba vai grisalhando
Aflora cada vez mais uma outra faceta
Lulinha paz e amor, gerente conciliador
Ai que saudade do Lula da barba preta!
Ele pegou carona nesta cauda de cometa
Com a boa lábia de Demóstenes brasileiro
O aristocratismo operário saiu da gaveta
Pai dos pobres e mãe para os banqueiros
Ai que saudade do Lula da barba preta!
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