segunda-feira, 12 de junho de 2017
Poemas sobre a classe operária: Direção Defensiva e Cotidiano Ofensivo
Direção defensiva e cotidiano ofensivo
Paulo Ayres
Não atravessarás pelo acostamento
Não roubarás a batizada gasolina
Não cobiçarás um outro casamento
Não matarás sem tocar a buzina
O trânsito transporta os transformadores
Fazem natureza virar valor
Nas ruas, sejamos os bons condutores
Dê a seta com todo amor
Todos são iguais perante as leis do asfalto
Corola importado, ônibus de boia-fria
Na rodovia, todos são cidadãos, irmãos
Sem classes, mas com toda a classe
Direção defensiva do ponto A ao destino B
Do Alfa Romeu ao Chevrolet Omega
Direção defensiva e cotidiano ofensivo
Mais que ofensivo
Agressivo
Hora de deixar a rodovia
De esquentar a boia-fria
E tomar Pepsi com azia
De esquecer a cidadania
Pois a fábrica é uma tirania
Explora, explora todo dia
Rebaixa, pressiona, que agonia!
De tomar no cu sem aprazia
Fragmenta, antagoniza, esvazia
De fabricar e se tornar mercadoria
Condições adversas, a única via
Engarrafamento de carros ilhados
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