sábado, 12 de março de 2016

Poemas sobre a classe operária: Granja


Granja
Paulo Ayres

Galinha
Cacareja, mas é trabalho morto
É senciente, mas capital constante
Adiante, é capital assado

Galinha
Máquina de botar ovo na granja
Ou é canja, quando se desgasta
Casta de ave a penar

Ovo
Por mais que tenha a gema dourada
Avaliada como um pequeno ouro
Tirado do couro de alguns humanos

Funcionário
É o trabalho vivo dentro da granja
Arranja um jeito de valorizar o ovo
E o povo põe a fama no galináceo

Patrão
Uma peça totalmente descartável
Lucra em cima de couros e penas
Cenas dos bastidores da cartela de ovos
= = =

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