A arte de morcegar
Paulo Ayres
Morceguei hoje
Morcego, não nego
Paro quando puder
Quando não sou obrigado a ser obrigado,
Obrigado, acaso, pela oportunidade
É preciso estar atento
Tento disfarçar
Finjo que estou ocupado
E não me sinto culpado
Vamos enrolar
Sou tão explorado
Meu oxigênio é este ar
Na fábrica, respiro gás carbônico
Revidei hoje
Revido, não visto
Paro quando vier
Enquanto me deixam com nada de nada,
De nada adianta, mas me levanta um pouco
= = =
quinta-feira, 26 de janeiro de 2017
Poemas sobre a classe operária: A Arte de Morcegar
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