Método em Marx/2002
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Para além da pedra criando limo
Loira trancada nesse apartamento
Neste lamento, ela não tem culpa
Mas aconteceu e se rompeu
Pedreiros, encanadores e decoradores
Não sabem das dores em cada rodapé
Carros do interior do Paraná,
Carros de Campinas e Niterói
É algo completamente normal
Sonhar com uma vaga dupla
Kethelyn, uma comunista tão bela
Uma singela amiga imaginária
No meio da mesa de divisões
Trabalho material e dor emocional
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Os quitutes da classe artesã no carro de som
Paulo Ayres
O agro está em tudo
A política está em tudo
O espírito santo está em tudo
Sigo a perigo
Três semanas sem beber vinho
Uivando para Lua, subindo pelas paredes
Na zona urbana os animais são diferentes
Chamam a atenção para a degustação
Cada mordida é um vale-suor na troca
Pamonhas, churros e canudinhos
Pamonhas, churros e canudinhos
Os ingredientes vêm de tão longe
Os impacientes vêm de tão perto
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Uma Piada Internacional
Paulo Ayres
Um Jesus que não veio de Belém
Milionário sem nenhum vintém
Do quintal ele não enxerga além
E Vitor Filipe é apenas um Ken
Em cada mês uma penitência
Humilhação ali é recorrência
Até em inglês pedem paciência
E Marina Ferri tem a fluência
Sonhando em viajar longe dali
Sarandi é a cidade do coração
Operário que não tem o amanhã
Sem corpo são e nem mente sã
Travando sempre uma luta vã
Lá na Cracolândia é um Cauã
Sonhando em viajar longe dali
Sarandi é a cidade do coração
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O operariado de Santana do Agreste
Paulo Ayres
É vermelha a luz de Tieta
São pretas as vestes da bruxa
Assombração branca é bem viva
Mas menos ativa que a da fazenda
A cama redonda é móvel rosa
Não é o que mais ali entrosa
Movimento da costura coletiva
Mas menos ativa que a da fazenda
Do lado de dentro do cercado
Um punhado de operários rurais
No cabresto de Coronel e Filó
Uma gaiola de favores sexuais
A fábrica de Mangue Seco
Ideia que secou na fonte
Turismo com tanta pressa
Tropeça na cidade fantasma
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[0] Primeiro tratamento: 15/05/2019.
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por Luna
Luna Oi!/2020
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