Fábrica III
Paulo Ayres
O céu continua cinza
O ar continua pesado
E o peso de carregar um mundo nas costas está lá
As máquinas não param
As máquinas só parem
Cada objeto é um filhote da exploração alheia
O tempo escorre em conta-gotas
A vida perde a cor e a vibração
O que não some é essa barulheira infernal
Ainda sonho com o paraíso
No canto do rosto um discreto sorriso
Aquele lugar onde a labuta de uns não seja explorada
A epifania dura alguns instantes
O presente me chama ao batente
Já estou novamente sendo uma extensão da máquina
Fábrica, aqui a mágica acontece
Fábrica, a humanidade adoece
= = =
Nenhum comentário:
Postar um comentário