sábado, 28 de maio de 2016

Poemas sobre a classe operária: Nenhum Homem é Uma Ilha


Nenhum homem é uma ilha
Paulo Ayres

Toda vez que alguém no mundo burguês
Olha a sua volta
Só vê mar, mar e mar

Toda semana, o operário tem gana
De pular na água
E nadar, nadar e nadar

No meio da multidão
Na fábrica, na feira, na festa
Me resta sentar na areia da praia
Ilhado existencialmente

Vida privada
Dá descarga em você

No meio da multidão
Na fábrica, na feira, na festa
Me resta dormir dentro do Whats Up
Cansado psicologicamente

Embaixo das águas turvas desse mar
Cada ilha distante está ligada
Já fomos um continente alto e visível
O nível da água um dia pode baixar

Até lá
Alguém sempre vai nadar
= = =

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