Trabalho gratuito
Paulo Ayres
Uma jornada
Unidade
Duas jornadas
Realidade
Na primeira, pequenina, singela
Produzo meu salário
Na segunda, longa, profunda
Trabalho de graça
Uma cortina de fumaça encobre
A fumaça da unidade
Os olhos lacrimejam
A harmonia social é emocionante
Não há duas jornadas
Não há classes antagônicas
Somos todos cidadãos
A rádio diz que ninguém trabalha de graça
Nem mesmo o relógio
A música dentro da fábrica é essa
Talvez, um dia muitos entenderão
O que sustenta esse mundo é trabalho gratuito
Muito, muito trabalho gratuito
Não remunerado, sugado, suado
Nesse dia o que faremos?
Ou melhor, o que não faremos
Não faremos a produção girar
Nada deveria ser grátis
Muito menos pago
Apenas livre
= = =
sábado, 25 de junho de 2016
Poemas sobre a classe operária: Trabalho Gratuito
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