O fósforo III
Paulo Ayres
Todos juntos confinados
Trabalho coletivo nos encosta
A união faz a força
A desunião faz o fogo
Apenas no sacrifício solitário
Se vender é se queimar
Potássio e parafina na cabeça
E na ponta de cada dedo
Onde está o excesso de fósforo?
Nas mãos, no suor, no sangue?
Nas unhas vermelhas da operária?
De jeito nenhum
Está na madeira e no metal
Na máquina que escarra palitos
A Gegenständlichkeit é o fósforo
Em contato com os dedos comprados
Combustão involuntária
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[0] "O Fósforo I" é um poema de Murilo Mendes (1972);"O Fósforo II" é um poema de Clarice Freire (2013).
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