Andorinha II
Paulo Ayres
A pedra, a andorinha e o poeta
Tarde quieta na canto do quintal
Mal podia-se ouvir o ócio tedioso
Neste núcleo recortado do real
Na casa em construção no vizinho
Sozinho lá em cima, o assalariado
Cansado, inveja a imagem da folga
- À toa, à toa ali e eu trabalho deste lado!
O ser inorgânico não saiu do lugar
O ser orgânico voou para os seus iguais
Deprimido, o ser social entrou em casa
As andorinhas não voltaram
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[0] "Andorinha I" é um poema de Manuel Bandeira.
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