Anjo de vidro
Paulo Ayres
Descalços nessas areias escaldantes
Desculpas esfarrapadas derretidas
Descafeinado e meio calcificado
Descreva essa fluoretada bebida
- Ok, então, lá vai
Fervendo, é expelido
Convertido, escorre
Morre no fim das canaletas
Na silhueta do molde renasce
Descrente, a operária dá o sopro divino
Descolorido, ele se contorce e dá passos
Descabimento é este anjo ir no parapeito
Descuidado, tenta voar, vira mil pedaços
- Tudo bem, companheiros
Por mais que a gente se esforce, não dá
Só conseguimos fazer demônios mesmo
Antes que o patrão fique sabendo,
Vamos lá fora recolher o que sobrou
Descalços nesses cacos de vidro
= = =
quinta-feira, 18 de agosto de 2016
Poemas sobre a classe operária: Anjo de Vidro
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