sexta-feira, 26 de agosto de 2016
Poemas sobre a classe operária: Criando Anticorpos
Criando anticorpos
Paulo Ayres
Todo dia, o boia-fria estranha seu próprio corpo
Olha no espelho, olhos vermelhos mesmo sem chorar
Alergia, o boia-fria espirra, nada sai do nariz
Infeliz da vida doente mesmo com uma saúde de ferro
Corpos estranhos entram no ônibus
Mentes estranhas olham pela janela
Canavial estranho, parece um labirinto
Ao som de Maracatudo, tudo seria deixado para trás
Criando anticorpos a cada passo dado
Respirado junto ao oxigênio, as proteínas da humanidade
Era só pedir carona na rodovia em direção a Luanda
A autêntica imunização racional
Até acordar com o golpe do facão
Estoura o balão imaginário
Resta o cenário expressionista
O estranhamento continua
Mas não é mais tão intimidador
= = =
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