quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Poemas sobre a classe operária: A Noite Virou Dia


A noite virou dia
Paulo Ayres

Era de se esperar
O ABS virou torneira
O sono virou canseira
No segundo tempo, o Londrina vai virar

É para se lamentar
O cabra virou bode
O samba virou pagode
Beijo do gordo, a lua vai minguar

É para tirar o fone de ouvido
A hora-extra virou horror
A friagem virou calor
Hoje no Corujão, um torture film banido

Será um baita alívio obtido
O fel virou mercadoria
A noite virou dia
Fora do ar, a cama espera o esmorecido
= = =

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