sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Poemas sobre a classe operária: O Exército de Um Homem Só III


O exército de um homem só III
Paulo Ayres

Quem não é comunista aos vinte,
Não tem coração
Quem é mercenário depois dos sete,
Não saiu do pré-operacional
Quem tem amigos imaginários aos trinta,
É politeísta colonial
Mas, quem trabalha não lucra, companheiros
Quem lucra é patrão

Nosso novo exército
Ainda é um exército de um homem só
Nossa nova família
Reza a cartilha de uma divindade só
Formamos uma bela equipe
Essa Belle Époque surge num golpe só
Nosso novo exército
Exército de pedreiros no cimento
E enriquecimento de um homem só

Pós-Perestroika
Pré-operacional
Pós-Perestroika
Pré-operacional

Quem assume estes riscos?
Quem gera estes empregos?
Quem precisa de uma mansão com piscina?
Quem precisa dar uma Hilux ao primogênito?
Faço-lhes um grande favor, companheiros
Nosso novo exército
Está escrevendo uma nova história
Na dedicatória, essa empreiteira operária
Na conta bancária, o meu nome

Quem sabe
Rosa Luxemburgo se orgulharia de nós
A meta do nosso exército
É o internacionalismo multinacional
Sem bandeiras e fronteiras
= = =

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