sábado, 25 de março de 2017

Poemas sobre a classe operária: Quando e Por Que Nascemos


Quando e por que nascemos
Mauro Iasi

Não sei quantos anos temos.
Sei que festejamos hoje 95 anos
porque nascemos em 1922.

Mas, talvez tenha sido antes,
talvez tenhamos nascido em 1917
quando os trabalhadores russos
iniciaram a construção do futuro,
ou foi em 1919 quando na Internacional
sonhamos sonhos planetários.

Talvez tenha sido antes ainda.
Em 1871, na Paris Revolucionária da Comuna
ou em 1848, quando os trabalhadores
levantaram-se para falar com sua própria voz.

Não sei, mas talvez tenha sido antes.
Quando dois alemães se encontraram
e viram o mundo através de nossos olhos
nos mostrando o caminho da emancipação.

Mas talvez não.
Talvez tenha sido há muito mais tempo:

quando um trabalhador
olhou para suas mãos
e percebeu que não eram mais suas mãos.
Quando olhou para seus pés e viu
que a terra não era mais a sua terra.
Não sei, mas acredito que foi ali que nascemos.
Talvez por isso é que nascemos.
Talvez por isso vivemos tanto tempo.
Talvez por isso resistimos.

Talvez por isso estejamos aqui hoje
para dizer aos trabalhadores:
- Olha, esta são suas mãos,
são seus os produtos do trabalho.
- Olha, esta é tua terra,
são nossos seus frutos.
- Coragem, levanta a cabeça e veja:
olha este sol que se insinua
por trás das nuvens que o escondia.
Não há noite tão longa que derrote o dia.
Veja como tinge de vermelho o universo.
- Levanta tua mão, camarada, assim...
agora fecha o punho, isso…

Lembra como era aquela canção?
Coragem, vocês nunca estarão sozinhos
Porque aqui estamos camaradas.
Por isso nascemos.
Por isso lutamos tanto.
Por isso sobrevivemos.
É por vocês camaradas
que fomos, que somos, que seremos
sempre
Comunistas!

= = =
[0] Poema feito em março de 2012 nos 90 anos do PCB.
= = =

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