Ventilador Quebrado
Paulo Ayres
Um calor do cão num lugar fechado
não tem ventilador que dê jeito
o meu respeito por mim mesmo escapa através do suor
De melancólico para desesperado
quando destrói um valor de uso
num abuso de ego ferido idealizando algo melhor
O objeto não gira mais
nem o do meu quarto
nem o da minha máquina
é um complô estendido para a fábrica
Enquanto jogo a torneira quente na água
vem um pouquinho de vento da máquina adiante
numa solidariedade involuntária
= = =
Nenhum comentário:
Postar um comentário