quarta-feira, 12 de março de 2025

Poemas sobre a classe operária: Contagem de Horas


Contagem de Horas
Paulo Ayres

Nunca se um viu um enxame tão grande
Vão por todos os lados
Ferrão e mel
Mas é proibido contar

Horas, horas, horas, horas, horas e horas
Mas é proibido contar
Algo sempre escorre todo dia
Mas é proibido contar

Lições de moral
Essas se contam nos dedos
de uma palma da mão

Zero, quanto zeros à direita, girando, girando
Empregados apicultores e abelhudos
Alguns heróis usam capa, outros não
Horas, horas, horas, horas, horas e horas
Mas é proibido contar

Uma hora tudo se esvazia, fica abandonado
É a matemática básica
Escorre mais-valor
= = =

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